sábado, 14 de junho de 2008

A cultura de um povo não é feita de aço


Por kleber William

O Vale do Aço é uma região situada no Leste do Estado de Minas Gerais e é formada por 26 cidades. Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo formam a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) e outras 22 formam o Colar Metropolitano. As manifestações culturais são inúmeras, entre elas destacam-se o Congado e as Chapeleiras no bairro Cocais, os tapetes artesanais nas ruas do bairro dos Professores, a Festa de Santo Antônio, o Ateliê e Café Cultural (Coronel Fabriciano); o Congado, a Feirarte, os Grupos de Consciência Negra GRUCON e FARROUPILHA (Ipatinga); a Festa de Santana, a Arte Feira e a Festa de Boi Balaio (Santana do Paraíso); os Blocos Caricatos Dexeu falá e Tem Nada a Ver, as Rodas de Capoeira, a Banda de Música Santa Cecília, (Timóteo).
Em Coronel Fabriciano, o congado e as chapeleiras do Bairro Cocais, a marujada do Bairro Mangueiras e a Quadrilha do Pedrinho, são consideradas as mais antigas manifestações da cidade. Recentemente, a ornamentação que os moradores do Bairro dos Professores fazem nas ruas, por ocasião da celebração de Corpus Christi, foi considerada patrimônio cultural.
Maria Cecília Araújo, 63 anos, mora no bairro há 27 anos. Ela conta que os tapetes ornamentais, feito nas ruas, eram preparados apenas com folhagens. Passado alguns anos, os moradores acrescentaram canjiquinha, arroz, trigo, pó-de-café e pó-de-serra.
Todo o material é usado para cobrir as ruas do bairro com desenhos religiosos católicos como o cálice, uvas, o coração de Jesus Cristo, entre outros símbolos que representam a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. Nesta data, os fiéis celebram o Mistério Pascal o Senhor, que segundo a Igreja Católica mina as forças do egoísmo e as transformam em dons de Deus.

“Infelizmente ouço com imensa tristeza algumas pessoas criticarem, por exemplo, a encenação que fazemos na representação da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo”, lamenta Maria Cecília.

Já em Santana do Paraíso, além da tradicional Festa de Santana; realizada há mais de 50 anos, várias outras manifestações culturais são realizadas durante o ano. Entre elas, o Grupo de Congado Nossa Senhora do Paraíso, a Festa do Divino, o Boi Balaio. O Projeto Arte e Vida para todos e a Arte Feira completam o calendário cultural da cidade. A Arte Feira é realizada uma vez por mês na praça da matriz, localizada no centro da cidade, onde são divulgados os produtos culturais de diversos artesãos locais, além de uma variedade de comidas e bebidas típicas da região.

Michel Serrabbiamo, representante da classe artística na Comissão Municipal de Incentivo à Cultura (CMIC) de Ipatinga, afirma que “O papel principal da Comissão é avaliar os projetos que buscam receber algum tipo de recurso amparado na Lei de Municipal de Incentivo à Cultura”. Para ele, o Vale do Aço deixou de ser mero consumidor de cultura e passou a ser um pólo criador, sendo o segundo de Minas Gerais.
Em Timóteo, quarta cidade que completa a região, o congado também é uma forte manifestação cultural. O carnaval também tem destaque na cidade. Os blocos caricatos “Dexeu falá” e “Tem nada a ver”, mesmo quando não há desfile durante o carnaval, saem às ruas e mantém uma tradição há mais de 20 anos.
O Centro Cultural de Coronel Fabriciano, o Centro Cultural Usiminas e o Teatro Zélia Olguim, em Ipatinga, a Fundação ArcelorMittal Acesita, em Timóteo, são espaços culturais que complementam com espetáculos a divulgação da cultura do povo do Vale.

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