Por Fábio Junio
A cidade de Coronel Fabriciano chega aos 60 anos com a responsabilidade de ser a primeira do Vale do Aço, região que se desenvolveu economicamente por ser rota da estrada de ferro Vitória-Minas. Atualmente, é considerada uma das principais vias de escoamento da produção siderúrgica de Minas Gerais.
Uma zona metalúrgica formada por pessoas que vieram fazer a história da jovem, porém, promissora região. Estes carregam o berço cultural da cidade e são narradores de contos de um bairro, de uma rua e até mesmo de um simples beco.
Uma rua estreita, sem saída e imprópria para o trânsito possui, às vezes, uma riqueza histórica que não está nos livros mas, que trouxe contribuições para a cultura de uma comunidade.
Um bom exemplo é a Travessa Intendente Gravatá, localizada no bairro Nazaré,
O local é privilegiado e a travessa cruza a Rua Duque de Caxias, localizada bem no centro da cidade. Além disso, na década de
A famosa travessa também faz parte da vida de outros personagens. D. Joaquina, que hoje tem 44 anos, conta como o beco Gravatá deixou boas recordações na vida dela. “Lembro-me quando havia um forró no beco e até moradores de outros bairros da cidade vinham para dançar e se divertir. Vez ou outra havia algumas brigas, mas nada que tirasse o brilho do local”, conta com nostalgia. Joaquina revelou que conheceu o marido dela naquele beco e que presenciou uma grande amiga ser carregada no colo, pelo noivo, até o altar da igreja.
Entretanto, a Travessa Intendente Gravatá já não é mais a mesma. Atualmente, a criminalidade mancha todo o glamour de outrora. Bêbados perambulam pelo beco e drogados usam o local para o tráfico de drogas. Outro aspecto negativo do beco são as várias construções da década de 1950 que estão
Com o objetivo de tentar incentivar as autoridades municipais a preservarem o patrimônio histórico da cidade, o arquiteto Wilkinson Neves, 26 anos, elaborou o projeto Fragmentos Históricos. Neste trabalho ele fotografou as construções mais antigas do município. “Coronel Fabriciano está, aos poucos, se transformando em uma cidade sem cara. Muitos prédios antigos foram derrubados e outros estão completamente abandonados. Há uma forma de fazer construções modernas sem danificar as construções antigas”, observou. O arquiteto disse que pretende promover uma exposição das fotos do projeto para tentar sensibilizar os moradores e as autoridades de Coronel Fabriciano para que não deixem belas histórias, como as vividas na Travessa Intendente Gravatá, se transformarem em poeira.
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